Relatório do Ciclo de Estudos: “O Sertão tem Histórias”
Gladston Oliveira dos Passos*
O ciclo de estudos ocorreu nos dias 14 e 15 de abril de 2012, em Gararu e Porto da Folha, foi um evento onde ocorreram “aulas públicas” e visitas técnicas a lugares representativos da sociedade do couro (em destaques os currais de pedras e a história da igreja católica na localidade) no sertão sergipano e a situação dos índios ao longo do processo de expansão da sociedade do couro do domínio das terras dos índios nos arredores do rio São Francisco, o evento foi destinado a graduandos e graduados em história e áreas afins, coordenado pelo Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Souza.
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Igeja Senhor Bom Jesus dos Aflitos |
No dia 14 de abril de 2012, às 11h 25min, na igreja matriz do senhor Bom Jesus dos Aflitos foi iniciado o evento. Em 10 de abril de 1875, a capela do Senhor Bom Jesus dos Aflitos foi elevado à categoria de matriz.
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Parte interna da igreja |
A igreja é um símbolo de romanização, com o coração de Jesus na frente
da igreja simbolizando a dor, nela predomina o catolicismo penitencial
do vaticano I, onde o pobre tem que sofrer, por isso fará com que ele
tenha um pedacinho de terra no céu.
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Curral de Pedras |
Às 11h55min, foi visitado o Curral de Pedras do Senhor Pedro, na cidade de Gararu, os currais de pedra existem desde o século XVI, o proprietário (Seu Pedro) tem 80 anos de idade.
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Seu Pedro |
Os currais cercavam as lagoas no período de cheias, onde se produzia o arroz, esses currais foram elaborados de forma magnífica que atualmente ninguém consegue esquematiza-las da mesma forma, com a chegada da hidrelétrica de Xingó, a plantação de arroz declinou, pois a reserva retirava água do São Francisco, causando um prejuízo para o agricultor.
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Curral de Pedras |
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Igreja Nossa Senhora da Conceição |
Às 17h 25min, foi visitada a igreja matriz de Porto da Folha (Nossa Senhora da Conceição) diferentemente da igreja de Gararu, a igreja de Porto da Folha segue o catolicismo do Vaticano II, na igreja não ostenta riqueza nela há um painel pintado pelo Frei Juvenal Vieira Bomfim em 1970, a igreja não é sofisticada e não possui símbolos religiosos.
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Painel da Igreja |
O painel é um exemplo disso, nele existe uma imagem onde uma mulher se encontra de costas para Jesus Cristo esse foi pintado de uma cor acentuada, ou seja, desmitificando a ideia de que ele é branco e tem os olhos azuis.
O altar não é um altar marxista, comunista. Além disso, a igreja foi construída aos poucos uma das torres foi construída em 1861 a outra só foi construída no ano de 1932.
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Painel Aproximado |
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Quadrilha de Porto da Folha |
Às 20h 30min, foi realizada a aula pública “O sertão tem histórias...”, no espaço Antônio Carlos do Aracaju, na Ilha de Ouro, ministrada pelo Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Souza. A Escolha do tema é devido às pesquisas realizadas pelo professor e fazendo essas pesquisas, ele percebeu que existem falhas nos documentos utilizados pelo mesmo, diante disso, não é possível estabelecer uma única história linear, mas sim plena, porém não é fácil conta-la.
Na aula foram abordados diversos aspectos: Formas de acesso a terra no sertão, a questão da terra devoluta, vínculos entre a mata e o sertão, forma comunal de apropriação de terras, como funcionava a economia sertaneja, o papel do negro na ocupação do sertão e a situação dos índios no início do século XIX. Logo em seguida, Antônio Carlos do Aracaju explicou sobre os currais de pedra e ao final da sua palestra, houve danças da quadrilha junina de Porto da Folha. Às 23hs, aconteceram atividades culturais na Ilha de Ouro, para o encerramento dos trabalhos.
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Curral de pedra (Porto da Folha) |
No dia 15 de abril de 2012, às 9h e 32min, foram visitados os currais de pedra e às margens do rio São Francisco (Porto da Folha), às 10h e 15 min foi revisitado a ilha de ouro e às 15h e 40min a chegada à ilha de São Pedro – Aldeia dos Xocó, guiado pelo ex-cacique Apolônio Xocó.
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Aldeia dos Xocó |
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Ex- Cacique Apolônio Xocó |
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Igreja de São Pedro |
Às 16h e 47min foi visitada a igreja de São Pedro (dentro da igreja) onde ocorreu a palestra ministrada pelo ex- cacique Apolônio, ao terminar a palestra foi encerrado o evento com uma dança da tribo junto com o pajé.
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Pajé e os Índios dançando |
*Acadêmico do curso de História, da Universidade Federal de Sergipe.
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